Cheira tudo que se move ... Olha tudo que perfuma... E come tudo que sente! Sem digerir nada! Bebe litros de culpa, e depois... Vomita! Até livrar-se por completo do mal estar! Amaranta já encontrou o seu lugar no mundo, e o seu lugar em si mesma, que é fora de si!
quarta-feira, 2 de março de 2011
12 de Setembro às 22:38
Hoje, às 22:38, cogitei escrever qualquer coisa que deixasse vazar de mim um oceano e seus mares. Tentei criar uma espécie de tubo transparente por onde as emoções passariam sem entupir nada. Ontem mesmo, eu sofri um rompimento em minhas instalações pessoais naturais. Devia ser amor preso, devido a pressão de amar sempre igual ou mais! É isso! Eu também sofro de mau funcionamento sensível de vez em quando.E ontem, durante o vinho e o jantar, eu tive que me retirar sorrateiramente da mesa para que as pessoas não me percebessem catando sensações pela noite a fio. Quando eu passei a sombra dos meus dedos por sobre a matéria, que deveria ser fria porque a fervura dos nervos pode ser inflamável para as fortes emoções, não consegui produzir um instrumento que me servisse. Decidi escrever. Escrever sem causa, nem porquê, sem razão lógica, anti-matemático mesmo! Palavras sem pés e de cabeças expostas, face limpa. Sem marcas de intenção, mas ímpeto forte! E assim, a escrita vai tomando forma, tomando forma, forma, formando uma cadeia de coisas a serem ditas por mim, que sou hoje, pior do que ontem, mas que amanhã quero um amanhecer na luz do sol literalmente pintada de sol, linda, linda!Como a saudade da minha amiga Alice, que é linda também!Mas o meu escrever, não é mágico, é só poético! E eu, não - esotérica, sou etérea, e não sei o que fazer com isso. Qual o destino que devemos dar as coisas? Sabe-se que lugar de lixo é no lixo por convenção, e por convenção sabe-se identificar o que é lixo ou não, mas eu, que tantas vezes vaga, tantas vezes margem, inconvencionável ser de mim, onde guardo as minhas coisas? Desde que aprendi a respirar, eu vou juntando meus trapinhos, que é uma forma carinhosa de me referir a essas coisas, em um lugar qualquer do meu espírito confuso. Agora, 23:07, percebo que já escrevi alguma espécie de relatório noturno e solitário sobre as características abstratas do meu devaneio. Resolvi então o problema dos rompimentos, e da minha hipersensibilidade tubular. Não mais me deixarei entupir, e sentirei antecipadamente a minha morte por meio de sufocamento sentimental. Escrevi! Operação realizada com êxito. Eu apenas continuo sem saber onde guardar todas as coisas... E continuo sendo pior do que ontem esperando o amanhã aparecer na minha janela e me jurar que eu posso sim mais do que isso, que eu vou, que eu sou, e que minhas metamorfoses são sim um ponto de força. Será, meu Deus? Será? Será que estou fadada a estar fadada sempre? Será que não é melhor parar de escrever pra acumular tudo e explodir de uma vez? Porque de esperar respostas, de esperar mudanças, de esperar resultados, minha face emotiva criou rugas horrorosas. E eu vou ficando feia porque os tecidos d'alma perdem a elasticidade quando a esperança vai ficando escassa.São 23:19! E eu vi os numerais do relógio digital se alterarem, e virarem 20. Vi minha inspiração se esvair. E parei de escrever por hoje. Agora, 23:21!
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