Cheira tudo que se move ... Olha tudo que perfuma... E come tudo que sente! Sem digerir nada! Bebe litros de culpa, e depois... Vomita! Até livrar-se por completo do mal estar! Amaranta já encontrou o seu lugar no mundo, e o seu lugar em si mesma, que é fora de si!
quarta-feira, 2 de março de 2011
Debaixo d'agua
Sou tão pequena quanto os meus atos. Minhas mãos carregam o peso das pedras que por serem belas eu guardei entre os dedos. Eu sou movida a sensações que escorrem como água, e me afogam em trombas d'água pelos olhos! Eu sou bem menor do que os metros podem medir. Meu empenho em ajudar não é mais do que uma mosca afoita procurando a luz nas estrelas no brilho falso das lamparinas. Estou completamente inundada e não sei o que fazer de mim! E não me sinto à vontade de pensar na naturalidade da morte, porque acabo de ver muita gente morrendo segurando as batidas do coração até o próximo minuto, até o próximo minuto, até o próximo minuto... Um minuto de paz em meu relógio a prova d'água! É o que eu preciso, no entanto, como um animal desprovido de racionalidade e feito só de coração e pele, afasto a paz de mim sempre que posso! Mas não pensem que é por intento meu, é por solidão, e é por amor, e é por louvor as coisas bonitas da vida... E por mal-compreensão que a paz bate a porta na minha cara... Congela o meu relógio emocional. Tenho saudade absurda do vestido que usava quando criança, porque sempre soube que ele não combinava com relógios. E cresci assim... prefirindo ser chamada de bicho do que de gente. Sentindo muito mais do que sendo robotizada. Tacando taças cheinhas de conceitos pré-formulados e envelhecidos por 12 anos, na parede. Mas alguém muito esperto já disse antes que uma andorinha só não faz verão, e parece que só eu vivo em calor intenso. Em águas revoltas. Que quando me invadem, misturam tudo em mim, me fazendo despencar pedras abaixo. Um dia eu acordei, e isso foi materializado! Eu vi casas cairem, mas eu tinha ainda a casa que com sangue, suor e lágrimas, ergui. E vi o olhos todos feito mares tristes e sem fim. E vi a face da morte, sem encará-la de frente, e escapei. Por ordem do acaso, por ordem de Deus, por ordem dos próprios homens, por ordem de algum governo ou falta dele, da falta de ordem que ninguém entende... Que tudo aconteceu! Provocou em mim um desmonte das minhas pequenas partes. Senti os estilhaços vagarem sobre a pele, e percebi que todos eram eu. Me senti pequena. Tive vontade de juntar meus pequenos atos e ir embora!
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