Sou toda composta de dores
Mas é nas flores que me apego!
Minhas linhas são tênues, estou sempre por um fio
Peito aberto, assim vazio...
De certo...
Um remanso deserto onde tenho o costume de me afogar!
Esvazio-me toda por cima do tédio
E sinto cada toque de um sentimento
Que não me obriga a nomeá-lo!
Nomear um afeto
É como desabrigá-lo!
É despí-lo de sua alma
E incutir-lhe um rótulo!
Quem pode andar pelas ruas exibindo etiquetas?
Privilégio de poucos caretas
Línguas de fora, e cara feia.
Sou mais de chorar areia
E cuspir cascalhos prontos e feitos pelo estômago!
No meu cabelo está o segredo
Meu grande segredo!
Emaranhar os momentos...
Desembaraçar emoções...
Com pente de dentes largos e muita suavidade!
Assim, fios soltos, e livres
Posso experimentar por minha boca
O gosto forte da felicidade!
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