Cheira tudo que se move ... Olha tudo que perfuma... E come tudo que sente! Sem digerir nada! Bebe litros de culpa, e depois... Vomita! Até livrar-se por completo do mal estar! Amaranta já encontrou o seu lugar no mundo, e o seu lugar em si mesma, que é fora de si!



quarta-feira, 2 de março de 2011

Lá e cá

Lá, era ela!

Aqui, só janela!



Lá, anoitece quando os olhos dela fecham!

Aqui, o sol invade o quarto pelas brechas!

Aqui, guardou os seus sapatos de festa!

Lá! Era a própria dança entre panos e meias!



Lá! Se dizia uma sereia, e se alegrava em cantar!

Aqui, ela guarda a voz costurada em teias

E aranhas nojentas saem de cada letra "A"!



Lá... Ela não morre nunca!

Aqui... Todo dia é Dia dos Mortos!

E sai por aqui, arrastando seu saco de ossos

Resquício de um corpo que pudera não ser só seu!



Lá não! Lá ela balança toda!

Põe seus valores a bancarrota

E brinda a vida pelo soriso que deu!



O que acontece com ela?

Se é ela em lugares só

Devia ser uma nota, ou um nó...

Mas é duas!



Duas pequenas ruas

Uma torta e uma reta!

Duas bocas pintadas

Uma vermelha, outra discreta!

Duas partes de si

Uma triste e outra feliz!



Mas quando olhava-se no espelho

Era ela! Igualzinha...

Diante de seu nariz!

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