Tinha os olhos fundos de dor!
Por detrás deles, oculto, um vazio sem nome!
Sem memórias...
Sem resquícios...
Sem migalhas pra marcar o caminho de volta!
Sofria da síndrome dos buracos negros!
Caminhava como quem não quer ir a lugar algum...
Mas era preciso caminhar porque as pernas que mandavam nela
Exigiam esse esforço!
Andava catando vontades utópicas pelo caminho
Sugando desejos enormes
Vertendo punhais, espinhos e agulhas finas
Pelos olhos...
Que são fundos de dor!
Buraco Negro!
Um dia, passou alguém que pensou :
- Ela é triste, e isso dói!
Para ela, ser triste era como ser alegre
Só que ao inverso!
Trazia sobre si o seu cotiano incompreensível
Com uma força enorme
Que ela havia roubado das Cordilheiras dos Andes
Quando passou por lá!
Ela era assim...
Profunda como um rio
Mas quando ela passa ninguém vê
Quando vê
Já é outra a passar!
Mas ainda conserva os olhos fundos!
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